quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vale tudo menos falar do que é importante


Quem soube prever a crise mundial avisa que terá de haver uma reestruturação da dívida grega. Quem já ganhou um Nobel da Economia também e estende o aviso a Portugal e Irlanda. As taxas de juro sobre as dívidas soberanas de Espanha, Itália e Bélgica não param de subir (são os próximos na lista dos "mercados"...). Claro que a nossa elite não presta atenção. Há sempre quem prefira ouvir Medina Carreira... Como eu já disse, é uma questão de incompetência cravada nos genes das elites portuguesas.

O que não tem piada nenhuma é que estamos em plena campanha para eleições legislativas e os partidos que assinaram o memorando da troika nada dizem sobre a situação dos países que levaram com a intervenção do FMI/BCE/UE antes de nós. Não convém à troika interna que se exponha o buraco que CDS, PSD e PS estão a continuar a cavar para o país, e os media ajudam ao não confrontarem os candidatos desses partidos com os resultados nos outros países. Estes partidos, por seu lado, fazem o tudo por tudo para encherem a agenda mediática nem que seja com tiros nos pés! Outra estratégia diária é o ataque ao carácter dos líderes partidários. E aqui faço minhas as palavras do Daniel Oliveira: "O meu problema não é isto ser debate. Participo nele e muitas vezes aqui escrevi sobre este tipo de assuntos. O meu problema é quando isto é todo o debate que sobra. Porque leva as pessoas ao erro quanto ao diagnóstico: se tudo se resume às características pessoais e éticas dos governantes, a Europa, a desregulação dos mercados financeiros, os erros no nosso modelo de desenvolvimento ou a desigualdade estrutural em todos os domínios da vida portuguesa ficam arredados de qualquer conversa. E são o que realmente conta. Muitos portugueses acreditam que chegámos aqui por causa do que aconteceu no País nos últimos seis anos. Claro que também foi por isso. Mas resumir os nossos problemas ao último governo e às questões domésticas é de tal forma absurdo, tem tão pouca relação com os factos, que é argumento que não se aceita em pessoas inteligentes e informadas que estejam de boa-fé num debate."  

Sinceramente começo a achar que a escolha no próximo dia 5 de Junho vai ser entre homens e mulheres que querem enfrentar um problema (BE e PCP) e crianças (CDS, PSD e PS) que se recusam a assumir as suas responsabilidades. Mais uma vez, repito: 

NA PRÓXIMA ELEIÇÃO NÃO SE VOTA NO CENTRÃO!

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